Este é um blog onde dou a conhecer a minha poesia e assuntos relacionados com pessoas com deficiência

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

IMPLORO


Imploro





Imploro assim sentado
Nesta cadeira pregado
Com a alma já doente
De tanto implorar
De tanto orar
Estou a ficar descrente

O tempo passa a custo
E a vida é um susto
Neste comboio fantasma
Mesmo sem ir à feira
Eu vivo terror à minha beira

Dor, substantivo abstracto
E eu dele já estou farto
De tanto a sentir
Já nem a sinto
Até parece que minto

Este som mete medo
Este ruído em segredo
Que me destrói e esmaga
É um silêncio que enlouquece
A alma que envelhece
E o coração que se apaga

Nesta poluição sonora
De silêncio a toda a hora
Eu sinto-me definhar
No abismo da incerteza
Eu imploro como quem reza
Para ELE me acompanhar



Arménio Cruz                                     

3 comentários:

  1. Estimado Afilhado Arménio,
    Lindo poema, e como eu o soube interpretar, mas não perca a esperança, pois essa é sempre a última a morrer.
    Compreendo bem a sua agonia a sua tristeza, a sua dor, mas Deus é grande, se o não recompensar cá na terra, por certo junto Dele terá uma vida cheia de amor de comempreensão e de carinho.
    Abraço poético cá do padrinho Cambeta

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  2. OBRIGADO PELAS PALAVRAS PADRINHO.

    AQUELE ABRAÇO FORTE

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  3. Ahahah Adorei!! Agora já sei de que lado da família vem o meu lado poético!

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