Este é um blog onde dou a conhecer a minha poesia e assuntos relacionados com pessoas com deficiência

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

DIA INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Dia Internacional do Deficiente Físico


Trabalho, educação, reabilitação e diversão estão garantidos na Constituição
No ano de 1982, a Assembleia Geral da ONU – Organização das Nações Unidas, criou um programa que visa atender as necessidades das pessoas com qualquer tipo de deficiência física, o Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência.
Dez anos depois, no dia 14 de outubro, a Assembleia instituiu o dia 03 de dezembro como o dia internacional do deficiente físico, para que pudessem conscientizar, comprometer e fazer com que programas de ação conseguissem modificar as circunstâncias de vida dos deficientes em todo o mundo.
Podemos considerar como deficiência física, quando alguma parte do organismo humano não apresenta um funcionamento perfeito, porém isso não pode ser considerado como diferença, pois existem várias pessoas com os mesmos tipos de limitações que as tornam normais dentro de suas possibilidades.
Com o passar dos anos, a deficiência passou a ser vista como uma necessidade especial, pois as pessoas precisam de tratamentos diferenciados e especiais para viver com dignidade. Sabemos que isso não acontece, pois o mundo não é adaptado para essas pessoas, que sofrem muito em seu dia a dia.
Construir rampinhas nas ruas é uma forma de mascarar o verdadeiro tratamento que os mesmos deveriam receber. Além destas, em nosso meio social deveria existir leitura em braile para atender os deficientes visuais; acesso aos ônibus e lugares públicos aos cadeirantes; que a população aprendesse a conversar na linguagem de libras, para atender os surdos/mudos; além de planos governamentais voltados para a saúde e reabilitação dessas pessoas, visando amenizar suas dificuldades bem como capacitá-las para a vida social, para o exercício da cidadania.
As escolas deveriam ter profissionais preparados para lidar com as limitações, assumindo maior compromisso com a formação dos professores, coordenadores e diretores, que muitas vezes não sabem como lidar com as necessidades especiais. É dever da escola promover conhecimento a fim de garantir o aprendizado de uma profissão, dando-lhes garantia e dignidade para o futuro.
Não adianta afirmar que a sociedade não está preparada. Passou da hora de arregaçarmos as mangas e tratar os portadores de necessidades especiais como pessoas normais, pois são normais embora tenham algumas limitações. Todas as pessoas são diferentes, assim como a cor dos olhos, dos cabelos, a raça, enfim, existem aquelas que apresentam as diferenças físicas, mas que são pessoas como outra qualquer.
Tratá-las com indiferença ou com desrespeito são formas de preconceito, previsto na Constituição do Brasil, assim como é direito desses estar incluídos na sociedade, pois são produtivos e capazes.
Podemos nos certificar das capacidades dos portadores de necessidades especiais nos jogos paraolímpicos, onde os mesmos atingem recordes e conquistam várias medalhas. Participam de várias modalidades esportivas, como atletismo, futebol, natação, basquete, dentre outras.
A sociedade já mudou muito nos últimos anos em relação às necessidades especiais, mas ainda temos muito que melhorar. Hoje em dia podemos ver essas pessoas trabalhando em empresas, como supermercados, lanchonetes, restaurantes, farmácias, escolas, pois a lei obriga que um percentual dos funcionários sejam portadores de necessidades especiais, como forma de garantir-lhes oportunidades no mercado de trabalho.
Dessa forma têm assegurado a integração social além de conviverem com valores de igualdade de oportunidades. Mas será que isso realmente acontece? Pensem nisso!

domingo, 24 de outubro de 2010

VISÕES DE AMOR




VISÕES DE AMOR


Hoje vi-te tão bela
Passeando numa ruela
Correndo com alegria
Na boca um belo sorriso
Olhando o céu todo liso
Ameaçando que chovia

O vento soprava forte
Era vento norte
Que fazia esvoaçar
Os lindos cabelos teus
Seguidos pelos olhos meus
E o coração a palpitar

E como palpitava o coração
Guiado pela emoção
Do que viam os olhos meus
Uma silhueta moldada pelo vento
Eu, de alegria quase rebento
Com tal visão, oh… Deus!

São visões p’ra recordar
Com o pensamento a voar
Por entre nuvens de algodão
Eu vejo a tua silhueta
Na linha do horizonte direita
Com uma chama de emoção

Cada vez mais me convenço
De que és o meu universo
Na constelação do amor
És o Sol que me aquece
E que em mim estabelece
Uma forte onda de calor

És a luz e o calor
És a mais bela flor
Deste meu jardim
Num vaso te vou colocar
Para te poder deslocar
E ter-te sempre junto a mim


Arménio Cruz

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

AMIGO / PORTO DE ABRIGO





AMIGO / PORTO DE ABRIGO


Bem novo partiu
E sabe Deus o que sentiu
Ao deixar o seu ninho
Na flor da mocidade
Com o aperto da saudade
Lá seguiu o seu caminho

Foi militar e marinheiro
Amigo e companheiro
E fiel às obrigações
Combateu a corrupção
Com rigor e abnegação
E por isso as condecorações

Neste grande continente
Lançou a sua semente
Numa seara de amor
Cultivada com paixão
Adubada com o coração
Desabrochando em flor

Neste percurso fez um atalho
Quando à Tailândia foi a trabalho
E por lá continuou a plantação
Passados nove anos da primeira
Nunca descorando a carreira
Da sua patente de capitão

Aqui se enamorou de uma Sereia
E na praia rebolaram na areia
Num abraço carinhoso
O amor os agarrou fortemente
E amam-se ardentemente
Num envolvimento amoroso

Desta sereia se enamorou
E aí também plantou
Uma Seara de belas flores
Nasceram três filhas belas
Três princesas singelas
Que são os seus amores

Tem por isso dois ninhos
No amor fez dois caminhos
Este alentejano atrevido
Sempre presente e atencioso
Vive feliz e vaidoso
Como amante e marido

Homem de muita amizade
E de grande honestidade
Que me honra ser amigo
Gosto de com ele dialogar
E nas tardes conversar
Fazendo o meu porto de abrigo

Por muito ter viajado
E pelos céus voado
Conta histórias de encantar
Com ele tenho viajado e aprendendo
Sobre tudo o que vai escrevendo
E que tão bem sabe contar

Quero com isto agradecer
E de certa forma fortalecer
Esta amizade completa
Que eu nutro por este amigo
Que nas tardes é o meu porto de abrigo
E dá pelo nome de Cambeta


Arménio Cruz                 Março de 2008




Obs.:  Poema escrito como forma de agradecimento pela amizade do meu amigo e padrinho     Cambeta.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Padeira de (Aljubarrota) Malaqueijo




Padeira de (Aljubarrota) Malaqueijo



Nesta nobre profissão
Que é o fabrico do pão
Eu conheço a Otília
Gosta do que faz
Trabalha com o seu rapaz
E adora a família


O seu rapaz é o Alfredo
Homem trabalhador e sem medo
Que do nada fez um império
Ajudado por essa padeirinha
Que aprendeu a trabalhar a farinha
E os dois são um caso sério


É uma honra para mim
Ter uns amigos assim
O próximo gostam de ajudar
Pura e simples amizade
Simples e sem vaidade
A sua forma de amar


De Aljubarrota outrora
Para Malaqueijo agora
A bela padeirinha
Na arte de fazer pão
Com empenho e devoção
Salpicada de farinha


Malaquejo ou Aljubarrota
Não é isso que importa
Neste comparar
Qualquer uma é guerreira
E mulher de primeira
Pela vida a lutar



Arménio Cruz                              Agosto de 2000


Poema dedicado aos meus amigos, Otília e Alfredo.      

terça-feira, 28 de setembro de 2010

OS OLHOS TEUS






                   OS OLHOS TEUS


Gosto de ti assim
Da forma como olhas para mim
Desse jeito tão singular
Que só os teus olhos conseguem
Quando os meus perseguem
Nesse doce olhar

São tão belos os olhos teus
Que ao olharem prendem os meus
Numa prisão de amor e ternura
Que eu quero ficar enclausurado
Desta maneira tão enamorado
Até à hora da sepultura

Não quero ver-te chorar
Nem desses olhos brotar
Lágrimas de tristeza e dor
São tão belos quando brilham
Até parece que falam
Coisas de paixão e amor

Se eles falam não sei
Nisso nem reparei
Também é pouco importante
O que interessa é, com eles comunicar
Sentir a sua forma de amar
Num olhar forte e constante

O teu olhar é tudo isto
E por isso eu não resisto
A tão intensa ternura
Que esse olhar lança
E que eu guardo na lembrança
Numa recordação doce e pura

  
Arménio Cruz

sábado, 25 de setembro de 2010

SITUAÇÕES MAIS OU MENOS CARICATAS



SITUAÇÕES MAIS OU MENOS CARICATAS
Sempre passei férias na zona de Peniche. Por indicação do médico, aos 4 anos de idade, meus pais foram para Peniche. Meu pai foi trabalhar para uma quinta nas proximidades da praia e lá ficamos durante 3 meses. Anos mais tarde passamos a frequentar a praia de S. Bernardino. Depois de S. Bernardino andámos por outras paragens, como São Pedro de Moel… Fins dos anos de 80 e toda a década de 90, fiz campismo no Parque Municipal de Peniche.
Quando cheguei a este parque de campismo, nada tinha sido feito para uma normal utilização por deficientes. Então no primeiro ano, tive alguma dificuldade no uso dos balneários, mas com ajuda de terceiros lá me fui safando. Fiz uma reclamação no respectivo livro, onde expus as carências e necessidades do parque para que tivéssemos o mínimo de condições. E para espanto meu, no ano seguinte, lá estava uma casa de banho feita de raiz para deficientes! Com as respectivas placas que a identificava. Então, muito satisfeito e na companhia de um funcionário do parque fui fazer a estreia das novas instalações.
Ao chegar, vi que havia uma rampa que dava acesso à entrada com um desnível muito aceitável. Agora vejam a tal situação caricata… para chegar à rampa tínhamos de subir um degrau com cerca de 15cm e depois, para entrar a porta, mais um degrau de 15cm.
Fui falar com o director do parque, e este disse-me que foi de certo um lapso do pedreiro que fez a obra. Pronto… com esta afirmação vi logo que a obra tinha sido feita sem a aprovação de um arquitecto ou pessoa dentro do assunto! “Isto numa obra camarária!”
Então pedi ajuda e fui ver o interior das casas de banho. Zona de lavatórios e cubículos das sanitas, tudo muito bem e acessível, o balneário do chuveiro, com uma porta apertada onde não entrava a cadeira de rodas!
Mesmo assim, ainda fiz campismo neste parque durante alguns anos. Entre muitas situações que passei neste parque, vou contar-vos uma que é uma autêntica anedota.
O parque tinha duas saídas, a principal e uma virada a norte onde só se podia sair a pé. Um dia uns amigos convidaram-me para sair por ali e irmos dar uma volta. Ao chegarmos ao portão o senhor que estava a fazer a segurança dirigiu-se a mim dizendo que não poderia sair com a cadeira de rodas, pois as ordens que tinha, era de não deixar sair qualquer veículo com rodas! Como devem calcular, isto provocou uma gargalhada em coro de todos que estavam ali. Então eu, pensando que aquilo era para algum programa de apanhados, disse que, se não podia levar a cadeira, teria de ir a pé!!!!! O homem respondeu: Faça como quiser… Então e depois de alguma diplomacia, o senhor lá me deixou levar a cadeirita!
Hoje vou ficar por aqui, mas em breve trarei mais situações que mais parecem anedotas, mas infelizmente são reais!

Arménio Cruz

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

NAVEGANDO PARA A FELICIDADE









                   
NAVEGANDO PARA A FELICIDADE


No silêncio da solidão
E um sufoco no coração
Eu grito sem gritar
Neste desespero contido
Num emaranhado perdido
Sem forças para avançar

Já me falta a coragem
E a felicidade é uma miragem
Para eu a alcançar
Destroçado pela vida
Quase de mim banida
Eu navego para lá chegar

Navego para esse porto
E nem que chegue lá já morto
Eu lá, quero ancorar
E sentir o que é a felicidade
Num mundo sem maldade
E depois, amar

Resistindo ao mar revolto
Eu para trás já não volto
Quero lá chegar e depressa
Pois é grande a ansiedade
Por chegar ao porto da felicidade
E cumprir a tal promessa

Fiz a promessa de lá chegar
Por isso eu enfrento este mar
Que é a vida de altas vagas
Resistindo à tempestade
Com coragem e vontade
Hei-de chegar feliz e sem mágoas


Arménio Cruz





sábado, 18 de setembro de 2010

TEMPO PERDIDO



Tempo perdido no tempo
O tempo que passa perdido
A coragem de viver este tempo
Um tempo sem tempo e sentido

Gente que vive este tempo
Como quem morre ou não
Sente-se o tempo que passa
Em fantasia, sonho, ou ilusão

Agarra o tempo que passa
Porque ele passa, passa e corre
Não queiras ficar sem tempo
Sem tempo, como quem morre

Arménio Cruz

CENTRO DE MEDICINA E REABILITAÇÃO DE ALCOITÃO




O Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão, uma referencia na medicina de  reabilitação no nosso país.
Ao ser inaugurado, em 1966, ficou com o estatuto de melhor centro da especialidade da Europa.
Passei a ser assistido neste centro no ano de 1969, portanto, 3 anos depois da sua inauguração.
Neste centro de medicina foram recuperados grandes atletas nacionais e vindos de toda a Europa.
                                                  

Eu no último internamento em Alcoitão, em Outubro de 2008, com as minhas terapeutas.





       Jardim central com a estátua que simboliza o centro


O Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão está localizado em Alcoitão.Alcoitão é uma localidade, no eixo Estoril/Sintra/Cascais. Dista a 4 Kms  do Estoril,  a 6 Kms de Cascais e cerca de 7 Kms de Sintra.
Está servida de transportes públicos rodoviários a partir do Estoril, Cascais e Sintra. A Auto-estrada A5, com saída no Estoril ou Alcabideche, coloca o CMR a 20 minutos de Lisboa.



Escola Superior de Saúde do Alcoitão“A escola pioneira de referência” 
 A Escola Superior de Saúde do Alcoitão (ESSA) instituída pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). é um Estabelecimento de Ensino Superior Particular, pioneiro em Portugal na formação de Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e Terapeutas da Fala, sendo desde a sua constituição a Escola de referência neste domínio.
Lecciona os Cursos de licenciatura em Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da Fala, e possui formação pós-graduada, cujos planos de estudo estão adaptados ao Processo de Bolonha, a partir do ano lectivo 2008-2009.  
Em colaboração com o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa tem vindo a desenvolver mestrados nas áreas de Terapia da Fala e Fisioterapia.
O seu ensino tem sido sempre pautado por elevados padrões de qualidade, aceites internacionalmente, e caracterizado por um equilíbrio entre as componentes académica e prática, desde o primeiro ano dos cursos.
Integra mais de 500 alunos e possui um corpo docente com cerca de 100 académicos, e profissionais de saúde, entre os mais qualificados a nível nacional.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA (artigo 71º)

Somos de facto um país ainda com muitas carências no que diz respeito à assistência a pessoas com deficiência.
Mas o mais incrível, é que a nossa "constituição" e o seu texto, não corresponde à realidade do dia a dia dos deficientes... É verdade que alguma coisa já foi feita, mas estamos ainda muito longe de todos terem uma qualidade de vida aceitável!
Posso referir que, de todos os países da Europa, Portugal é o que tem a constituição com o texto mais favorável às necessidades da pessoa com deficiência. A Holanda, em que as pessoas com limitações têm uma qualidade de vida e direitos a cima da média, a constituição deles não é tão esclarecedora como a nossa.
Hoje deixo-vos o artigo 71º e vejam como estamos ainda a alguma distância do que seria razoável.



Artigo 71.º
Cidadãos portadores de deficiência
1. Os cidadãos portadores de deficiência física ou mental gozam plenamente dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição, com ressalva do exercício ou do cumprimento daqueles para os quais se encontrem incapacitados.
2. O Estado obriga-se a realizar uma política nacional de prevenção e de tratamento, reabilitação e integração dos cidadãos portadores de deficiência e de apoio às suas famílias, a desenvolver uma pedagogia que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a assumir o encargo da efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais ou tutores.
3. O Estado apoia as organizações de cidadãos portadores de deficiência.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

OLHOS VERDES

OLHOS VERDES


Quando olho os teus olhos
Vejo a montanha, vejo o mar
Ficam os meus olhos cegos
Por tanto os teus amar

Esses olhos tão brilhantes
E meigos na expressão
Foram eles que prenderam
O meu pobre coração

São verdes os teus olhos
Esperança a sua cor
Sinto-me leve que nem nuvem
Neste universo de amor

Universo que é só nosso
Esse segredo que guardamos
A nós dois está limitado
Porque somos nós que nos amamos

Que mistério é este, que mistério
Que me passa pela alma, meus Deus
Sinto algo estranho em mim
Sempre que olho os olhos teus

Eles têm um olhar tão quente
Como fogo que arde sem queimar
Deixa-me arder nesse fogo
E aos teus olhos amar

Vi-te sem te ver
Que coisa estranha esta
Tocar-te sem te tocar
E é isto que me resta

Quero ver-te, quero tocar-te
Mais não posso esperar
A ansiedade é grande podes crer
E os olhos verdes quero beijar


Arménio Cruz

terça-feira, 14 de setembro de 2010

NEVOEIRO DA VIDA


                      NEVOEIRO DA VIDA



Sentado e acordado na vida
Qual pensador em desespero
Tentando sarar a ferida
Que o consome como bicho o pêro


Essa ferida sem chaga
Que lhe ataca a mente
Luta o herói contra a praga
Como guerreiro bravamente


É uma guerra de todo injusta
Duma violência amarga
É a derrota que mais o assusta
Por isso a luta ele não larga


Luta e luta desesperadamente
Perdido neste nevoeiro
Que é a vida quase ausente
Sem norte e sem paradeiro


O nevoeiro é intenso
E é difícil seguir caminho
Neste labirinto denso
Que o faz ficar sozinho


Resistindo à intempérie
Que é o nevoeiro que da vida emana
Luta porque a vida ele quer
Nesta espera Sebastiana




Arménio Cruz